Uma-Duas-Três-Quatro-Várias vozes. Diversidade de ideais. Pluralidade de opiniões. Capacidade de construção coletiva. Criticidade nos pensamentos, palavras e ações. Competência para seguir na luta. Estes têm sido os preceitos dos estudantes mobilizados da UESB.
Dizemos isto porque nossas finalidades não são herméticas, tampouco egoístas ou voltadas para interesses escusos. Nossa pauta de reivindicações contempla todas as categorias que compõem essa Universidade e, consequentemente, volta-se para práticas de emancipação de nossa classe face às arbitrariedades inerentes ao Estado burocrático burguês.
Assim, partindo de uma visão sistêmica da realidade da UESB, constatamos que os preceitos de nosso movimento não têm sido (ou não vêm sendo) observados, muito menos respeitados pelas diversas administrações, quer as que passam pela reitoria da Universidade, quer as que governam o nosso estado.
Questão que se coloca como primordial dentre as nossas bandeiras diz respeito à permanência estudantil. Os estudantes, ao lutar por uma política de permanência estudantil realmente efetiva, almejam a plena autonomia da categoria e a consequente inserção de nossos projetos na conjuntura da comunidade universitária.
Seria dispendioso de mais de nossa parte se fossemos explanar acerca de cada princípio e cada objetivo abordado na resolução CONSU nº11/2008, a qual dispõe sobre o estabelecimento do programa de assistência estudantil no âmbito da UESB. Dizemos isto porque tais princípios e objetivos, como a igualdade de condições para permanência e conclusão de cursos oferecidos pela UESB (art. 1º, III) ou o estímulo à captação de recursos orçamentários para financiamento da assistência estudantil (art. 2º, III) são visivelmente impraticados pelos órgãos gestores da instituição.
Já em relação aos recursos destinados tanto pelo Governo do Estado quanto pela reitoria à permanência estudantil, o raciocínio é simples: os estudantes, são perto de 9 mil, número muito superior ao de professores (945) e funcionários (463), entretanto, dentro dos 165 milhões de reais do orçamento de 2011 apenas 800 mil reais (0,48% do orçamento) foram destinados à permanência estudantil. Pior do que isto é saber deste percentual, 300 mil não foram utilizados por conta da burocracia dos editais e resoluções.
E sobram indagações: porque não oferecer mais bolsas, com um valor digno, capazes de atender aos anseios dos discentes? Porque não nos auxiliar nos custeios da xérox e do transporte urbano-rural? Porque não oferecer um restaurante universitário de qualidade e com bandejão a R$1,00? E então, até quando permaneceremos sem respostas para estas questões?
Nós, estudantes, estamos aqui para apontar os problemas e sugerir soluções. E acreditamos que uma das soluções seria a destinação de, no mínimo, 1% do orçamento anual da UESB única e exclusivamente para atender às demandas dos discentes – devendo este percentual ser estudado e aumentado paulatinamente a cada ano.
E quanto a nossos colegas com algum tipo de deficiência? Não nos esquecemos deles; muito pelo contrário, estamos juntos lutando por uma UESB realmente acessível e que possa atender aos anseios de toda a comunidade. Não queremos eliminar somente as barreiras arquitetônicas, mas também as atitudinais, pois cada um de nós deve entender essas necessidades, e se empenhar em possibilitar tanto um melhor desempenho das atividades, como uma convivência harmoniosa.
Esta e outras reivindicações somente se realizarão enquanto houver um compromisso perene por parte da reitoria e do Governo do Estado para com a Universidade e o bem público. Não aceitaremos acordos verbais ou simples tapinhas nas costas; palavras se perdem ao vento. Exigimos uma resposta concreta e um documento assinado com prazos a cumprir e um plano de ação. Exigimos comprometimento! Exigimos respeito!
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