segunda-feira, 9 de maio de 2011

UM CONVITE À LUTA SOLIDÁRIA

No dia 28 de Março de 2011, o movimento estudantil da UESB – Campus de Vitória da Conquista se reuniu em uma assembleia estudantil para dar um passo histórico na sua luta. O estopim dessa revolta foi o Decreto 12.583/11 editado pelo Governo da Bahia,que prevê um contingenciamento de 30% a 60% do orçamento de todas as instituições públicas, que já se encontravam em um estado deplorável. Cientes disso, após uma série de paralisações, estudantes e professores dos três campi da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Vitória da Conquista, Jequié e Itapetinga) entraram em greve por tempo indeterminado. Nessa mesma onda de mobilizações, os professores das outras três Universidades Estaduais (UEFS , UNEB e UESC) também entraram em greve, sendo que os estudantes e funcionários desta última também aderiram ao movimento grevista.
Ninguém previa este levante surgido das entranhas da própria base e que, desde o princípio, se declarou sem lideranças e representações permanentes, tomando para si a responsabilidade de conduzir sua própria luta. Como contraproposta a forma de luta através das direções representativas, os estudantes defenderam o fortalecimento das assembleias gerais como um espaço de discussão e deliberação do movimento. Essas assembleias sempre estiveram abertas a todos os indivíduos da sociedade que quisessem participar e se expressar, não se restringindo aos membros da universidade. Todos têm direito a voz.
               ATÉ QUANDO?
Não foram poucas as tentativas de deslegitimar a autonomia das assembleias. Muitas foram as declarações de que um movimento sem lideranças era sinônimo de baderna e desordem, e refletia a desorganização dos estudantes. Entretanto, o prosseguimento da luta provou que foi justamente essa autonomia que garantiu a força e organização do movimento, assegurando o fortalecimento e politização da base. Todas as tarefas práticas necessárias para o movimento são realizadas através de comissões revogáveis a qualquer momento. Estas comissões são delegadas pela assembleia e não possuem nenhum poder deliberativo para além dos limites estabelecidos pela plenária.
Apesar do estopim desta onda de lutas nos setores da educação ter sido o decreto 12.583/11, sabemos que o processo de sucateamento dos serviços públicos (saúde, educação, etc.) é de longa data. Todos os partidos políticos que ocuparam a burocracia estatal até hoje, apesar de levantarem bandeiras de diferentes cores e ideologias, cumpriram a mesma tarefa na condução do Estado. Não se trata aqui de uma simples troca de acusações entre oposição e situação, responsabilizando uns aos outros pelos problemas enfrentados pela sociedade. Historicamente, todos os governos têm atacado as nossas condições de vida, de estudo e de trabalho. Devemos lutar de forma unificada contra todos eles na defesa por melhores condições de vida, enquanto estudantes e trabalhadores, e não esperar que um governo venha resolver os nossos problemas. Assim, precisamos exigir que o Governo da Bahia revogue o Decreto atenda a todas as nossas reivindicações. Nesse sentido, sabemos que isoladamente não temos força e fôlego para enfrentar o Estado. A única forma de avançar na luta é apostar na expansão do movimento e na construção de uma luta unificada, em que diversas categorias entrem em greve de forma solidária para combater o inimigo comum. Só assim mostraremos nossas forças e construiremos um novo tipo de sociedade.

Contra a precarização das condições de trabalho e estudo Pela revogação imediata do decreto 12.583/11
Contra o arrocho salarial
Pela autonomia e extensão dos movimentos
VAMOS JUNTOS À LUTA!!!




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